
A garota Dinamarquesa
"O filme, “A garota Dinamarquesa” narra a história de Einer Wegner (Eddie Redmayne) e sua esposa Gerda Wegner (Alicia Vikander). Ambos sublimes pintores da década de 1920, ele pinta pântanos e paisagens de onde viveu a infância e ela retratos de mulheres sensuais.
Os dois são casados há 6 anos e convivem harmoniosamente em Copenhage, capital da Dinamarca. Einer até então, nunca havia demonstrado interesse especial pelo vestuário da esposa, até que em certa ocasião, Gerda faz um pedido incomum: a pintora pede que seu marido vista-se com as meias e sapatos da modelo que iria posar para ela, mas que não compareceu.
O que Gerda não imaginava é que seu pedido desencadeou o descobrimento de uma nova identidade de Einer, Lili.
“A Garota Dinamarquesa” é uma adaptação do livro de mesmo nome, dirigido pelo premiado Tom Hopper, protagonizado por Eddie Redmayne e Alicia Vikander, o filme ganhou o Oscar de Melhor atriz Coadjuvante em 2016. Lili Elbe é o símbolo do movimento Transexual por ser a primeira transexual a se submeter a operações de mudança de sexo. Apesar de ter um tom trágico pelo final do longa, a paixão e o amor entre o casal e a vontade de se tornar verdadeiramente uma mulher permeia e dão ao filme a leveza de um romance, além do impecável figurino utilizado pelos personagens."
Por Déborah Corsino, estudante de jornalismo.


"O filme "A Garota Dinamarquesa" nos permite ter uma ideia do que é a transexualidade e perceber que não se trata de uma opção por se transformar em outro sexo, mas sim uma identificação.
É o ato de se encontrar e assim iniciar a busca pela conformidade de sua identidade com o sexo biológico, no qual, este último, precisa ser adaptado.
É lindo ver este tema permear o cinema - não que não existam outros filmes a respeito, mas este foi mais divulgado, ainda mais por ter indicações ao Oscar-, porém, há uma questão que ainda precisa de atenção, o fato de não vermos muitos atores transexuais atuando em papeis de transexuais, um exemplo é a atriz Jamie Clayton da série "Sense8" da Netflix. Porém, acredito que o progresso neste quesito continuará, ampliando a visibilidade transexual."
Por Ana Lívia Castanheira, estudante de ciências sociais
"O filme A Garota Dinamarquesa é baseado na história real de Einar Wegener, primeira pessoa a passar por uma cirurgia de readequação de sexo bem-sucedida, em primeiro momento, se transformando em Lili Elbe. O filme tem 180 minutos de duração e é uma adaptação do livro homônimo do autor David Ebershoff. A direção do longa do já ganhador do Oscar, Tom Hooper.
Em alguns pontos o diretor tenta mostrar a história de Lili da forma mais romantizada possível, o que pode acabar por tirar o brilho da verdadeira história de superação da personagem.
O também ganhador do Oscar Eddie Redmayne fica a cargo de interpretar Einar/ Lili, um pintor famoso na Dinamarca, mas que ficou conhecido no mundo por posar de modelo transvestida para sua esposa, também pintora, Gerda Wegener (Alicia Vinkander).
Logo depois do primeiro quadro de sucesso posado por Einar (transvestida de Lili), a pedido de Gerda, ele decide ir, transvestido de Lili, a uma exibição de arte, onde o seu desenho estaria exposto. Mesmo aceitando a proposta, ele deixa claro que aquela seria a primeira e última vez. Para surpresa de Einar, ninguém o percebeu diferente, mas sim como uma mulher, mas o mais surpreendente ainda foi que um cavalheiro chegou até ela, a convidando para dar uma volta. Lili aceita, e deixa a exposição com ele. Ela tenta esconder de todos os jeitos possíveis a sua verdadeira identidade, mas é pega despreparada por um beijo.
A partir disso, começa a luta de Einar/Lili em encontrar sua verdadeira identidade. Ela se vê perdido entre aceitar sua identidade de mulher ou continuar casado com sua esposa tendo uma vida relativamente normal.
No desenrolar da história, Gerda se vê arrasada, pois descobre que o marido, que no início disse que só se vestiria de Lili apenas uma vez para sair a luz do dia, está saindo escondido transvestido para encontrar com o cavaleiro que o beijou, mesmo ele não sabendo a verdade sobre Einar.
A personagem tenta convencer sua esposa que não se aceita como homem, e continuar casado com ele só trará tristeza a Gerda, pois tem certeza que essa não é a vida que ela imaginou para os dois.
A essa altura, a personagem Lili já não se veste mais como homem, apenas de mulher, e não aceita ser mais chamada por seu nome de nascimento. Mas mesmo assim Gerda e Lili continuam morando na mesma casa, e uma pode ver o sofrimento da outra, na dificuldade de ter que lidar com coisas novas e ao mesmo tempo perder a pessoa que mais ama na vida.
Como em um ato de desespero, Gerda chama um amigo de infância de Einar pera convencê-lo que o que ele está fazendo é loucura, que não pode abandonar sua carreira como pintor de sucesso e nem sua esposa por uma coisa, que na visão do amigo, ele não tem certeza, por uma coisa passageira e nova demais. Mas todas as tentativas de Gerda não dão resultado, e no final, ela decide apoiar o marido, que agora viraria sua melhor amiga. Lili resolve viajar e fazer a cirurgia longe da Dinamarca e deixar Gerda aos cuidados do amigo, pois acha certo que tenha que encarar a cirurgia sozinho.
Mas em um dos atos finais do filme, Gerda vai atrás de Lili, e a acompanha em todas as difíceis cirurgias que parecem estar dando certo, mas para a surpresa e tristeza do público, Lili morre, depois de uma das suas operações, nos braços de Gerda, e tem umas das últimas palavras mais emocionantes das quais eu me permiti sentir: “Como eu pude merecer tanto amor? (...) Ontem à noite, eu tive o sonho mais lindo. Sonhei que tinha um bebê nos braços da minha mãe. Ela me olhou, e me chamou de Lili.” - Lili Elbe.
Embora o filme não tenha tido uma boa aceitação por parte das distribuidoras de filmes no Brasil, o público amou e lotou os locais em que ele estava sendo disponibilizado. Alicia Vikander levou quase todos os prêmios de atriz coadjuvante da temporada. Embora ele não tenha se aprofundado tanto quanto o era permitido, é um início da tardia representação transexual na mídia."
Por Victora Trigueiro, estudante de jornalismo
